“Graças a Deus, graças a Deus!
Suave refrigério invade a minha alma neste momento em que toda a memória de tantas existências é recuperada, eu só posso dizer: quanto desengano e quanto tempo perdido numa existência que era para ser tão prolífica e tão prospera nas questões espirituais! Concentrei-me porem nos saberes e questionei a existência de Deus e das divindades que julgava não existirem, me perdi nos anais do conhecimento buscando explicações filosóficas para aqueles conceitos tão simples que haviam nascido no meu ser. Sabedoria inata oriunda de tantas vidas pregressas e que eu sempre hesitei em aceitar este saber intuitivo, esta noção que brotava no coração dizendo “Deus existe”, mas como intelectual eu negava, e assim, de uma certa maneira, a pesar de tantos bons serviços à cultura de nosso país, tive o desserviço de fazer com que muitos desacreditassem de uma espiritualidade tão necessária. Tão necessária a mudança nos níveis de consciência que pairam em situação lamentável, buscando pequenas e mesquinhas barganhas, infrutíferas em sua maioria que de nada adiantam além de inflar e inflacionar sentimentos egoístas que nada ajudam ao progresso da humanidade.
Com tristeza, hoje posso dizer que somente após a minha passagem, tive consciência do mal que cada comportamento pautado nas questões egoicas trazem a este planeta. É como se aos poucos fosse lançado um veneno ao mar por várias pessoas diferentes em diversos pontos e é este mar que envolve a todos – que é o mar energético que é constantemente bombardeado com sentimentos negativos, com pensamentos indizíveis em sua mesquinhez e inutilidade e assim, atmosfera espiritual do planeta é contaminada e os seres humanos que estão encarnados tornam-se reféns de uma gama espiritual muito difícil de ser controlada.
De uma certa maneira, me sinto um pouco responsável por estes acontecimentos em nosso país, eu tinha voz e não falei, eu tinha um coração e não tive a humildade de expressar o sentimento verdadeiro que deveria brotar deste coração. Peço sinceramente que me perdoem. Aqui estou prosternado humildemente relatando o meu sincero arrependimento por não ter cumprido a missão que me foi destinada. Sigo tentando de alguma maneira, compensar tudo aquilo que deixei de fazer e peço mais uma vez, que me perdoem.
Graças a Deus.
Estejam em paz, todos.
Meu nome – embora não tenha mais tanta importância – meu nome servirá apenas como exemplo de tudo que vos foi relatado. Chamei-me Ariano, no mais vocês saberão o resto.
Graças a Deus, estejam todos em paz e muito obrigado por me ouvirem, por ouvirem o desabafo deste velho espirito que mais uma vez errou.
Graças a Deus.”
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