Por Mariana Guimarães
A Tenda Irmãos do Oriente possui uma chefia de segurança, coordenada pela entidade que se denomina Jaguar. Ele é um negro muito alto, “com quase dois metros de altura”, como relatam muitos filhos da Casa que já sonharam o o avistaram, através de vidências. Sua energia de trabalho advém da Tribo dos Jaguares (ou Povo Jaguar), também chamados de Matsés. São originários do Peru e sua simbologia é uma pantera negra.
O jaguar (ou pantera negra) é um animal muito vívido nas crenças dos povos das américas Central e do Sul. No Brasil, apesar de este animal está em processo de extinção, ainda há relatos de sua presença na parte central do país. Há uma lenda contada pelos índios iurucarés, do Brasil, que conta que o último jaguar viu sua família ser exterminada por um herói humano que vinga a morte de sua própria família. Ele sobe em uma árvore e pede socorro ao Sol e a Lua. O Sol não lhe dá ouvidos, mas a Lua o acolhe e ele se esconde nela. Desde então, os jaguares são noturnos. “O rugido do jaguar era a voz do trovão, e sua cor representava o poder do Sol na Terra. E foi o próprio Sol que lhe confiou que cuidasse e protegesse sua criação. Além disso, o jaguar tinha a habilidade de ver de noite, o poder de mover-se pelas cavernas, por baixo da terra e sobre sua superfície, e em árvores. Com esses poderes podia atuar como intermediário entre os Espíritos da terra e do céu, e vencer qualquer inimigo”. A narrativa é a adaptação de um trecho de uma lenda do povo Jaguar, contada por Ana María Pavez Recart. Para os tupinambás, também no Brasil, o jaguar é uma divindade celeste. No céu, ele mantém sua morada e possui duas cabeças, uma para devorar a Lua e outra para devorar o Sol. Assim, eles explicam os eclipses. Eles acreditam que no fim do mundo, o jaguar descerá à terra e caçará os homens.
O trabalho místico com este totem ajuda a vencer o medo, adquirir coragem e a redescobrir os instintos. Por isso, confiamos nesta grande entidade, que possui uma história pregressa em comum com Kallaby Suff-Haram, relatada em alguns documentos da Casa. Do espírito de irmandade desta entidade de Luz, que ora se denomina Jaguar, com o Guia-Chefe da Tenda, surgiu o acordo para que Jaguar fosse o responsável pela segurança dos trabalhos aqui realizados. É ele, com sua equipe, quem zela pela porta da Casa e do Salão onde acontecem as sessões e palestras.
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